sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Os sistemas de Classificação ao longo do tempo


Desde muito tempo atrás o ser humano visualizou a importância de se classificar os organismos vivos, indo nos mesmos moldes da classificação que se fazia para objetos.
Assim, por essa necessidade de se classificar para, principalmente, abstrair informações e conhecimento do material foco, surgiu a ciência da Taxonomia e da Sistemática Filogenética. Mas vamos pelo começo.
Aristóteles, o qual já falei do seu papel na zoologia nesse post, desenvolveu um sistema aristotélico de classificação usado até hoje nos primeiros anos do ensino fundamental. Nesse sistema o universo material poderia ser dividido em três reinos: Animal, Vegetal e Mineral. Sendo que apenas dois reinos eram reconhecidos para os organismos vivos.
As ideias de Aristóteles permaneceram na história e foram redescobertas e remodeladas pelo sueco Carl von Linné, o qual descreveu em seu Systema Naturae a forma pela qual devemos nomear os organismos. Para Linné, assim como era para Aristóteles, a vida também era dividida em dois reinos: Animalia e Plantae.
Em 1866, E. Haeckel, um famoso ecólogo, verificando a existência de “pequenos animais” ou de “animálculos”, criaturas unicelulares, mas com capacidade de movimento, determinou um reino para estes, denominando-o de Reino Protista. Assim, Haeckel propôs três reinos para organizar a vida: Animalia, Plantae e Protista.
Outro autor, no ano de 1938, Copeland propôs uma divisão dos organismos vivos em quatro reinos: Animalia, Plantae, Protista e Monera. Este último, criado pelo próprio Copeland, reunia as bactérias, organismos unicelulares que não apresentavam núcleo celular organizado, ou seja, sem membrana nuclear ou carioteca.
O tempo passou e no ano de 1969, Whittaker veio a propor os cinco reinos da vida, com a criação do reino mais novo: Fungi. Os cinco reinos propostos por Whittaker eram: Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia. Os indivíduos pertencentes ao agrupamento Fungi foram por muito tempo tratados como plantas, mas várias características foram verificadas pertencerem tanto a plantas quanto a animais.
Em 1977, outro pesquisador, C. Woese, propôs a separação do reino Monera de Copeland em dois grupos Bacteria e Archaea, essa separação se daria por conta da bioquímica das membranas celulares que são completamente diferentes, além de Archaea conter seres mais extremófilos. Posteriormente, um novo nível hierárquico foi proposto acima de Reinos: os Domínios. Woese definiu que acima dos reinos a vida era dividida em três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya.
Assim, o Reino Monera não seria mais um grupo monofilético, sendo separado nos Domínios Bacteria e Archaea; em Eukarya estariam todos os organismos que apresentam membrana nuclear ou também chamada de Carioteca.
Houveram, também, algumas proposições para os taxa internos à Eukarya. Essas proposições foram organizadas por Fehling, Stoecker & Bauldaf (2007).
E o que temos atualmente?
Hoje se reconhece tanto Reinos quanto Domínios os níveis hierárquicos mais elevados da classificação dos seres vivos. Sendo que muitos ainda consideram a ideia dos Cinco Reinos, bem como a de Domínios, mesmo sabendo que um Reino deixa de ser monofilético.
Dúvidas, Críticas e Sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!

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