Desde muito tempo atrás o ser humano
visualizou a importância de se classificar os organismos vivos, indo nos mesmos
moldes da classificação que se fazia para objetos.
Assim, por essa necessidade de se classificar
para, principalmente, abstrair informações e conhecimento do material foco,
surgiu a ciência da Taxonomia e da Sistemática Filogenética. Mas vamos pelo
começo.
Aristóteles, o qual já falei do seu papel na zoologia nesse post,
desenvolveu um sistema aristotélico de classificação usado até hoje nos
primeiros anos do ensino fundamental. Nesse sistema o universo material poderia
ser dividido em três reinos: Animal, Vegetal e Mineral. Sendo que apenas dois
reinos eram reconhecidos para os organismos vivos.
As ideias de Aristóteles permaneceram na
história e foram redescobertas e remodeladas pelo sueco Carl von Linné, o qual
descreveu em seu Systema Naturae a
forma pela qual devemos nomear os organismos. Para Linné, assim como era para
Aristóteles, a vida também era dividida em dois reinos: Animalia e Plantae.
Em 1866, E. Haeckel, um famoso ecólogo,
verificando a existência de “pequenos animais” ou de “animálculos”, criaturas
unicelulares, mas com capacidade de movimento, determinou um reino para estes,
denominando-o de Reino Protista. Assim, Haeckel propôs três reinos para
organizar a vida: Animalia, Plantae e Protista.
Outro autor, no ano de 1938, Copeland
propôs uma divisão dos organismos vivos em quatro reinos: Animalia, Plantae,
Protista e Monera. Este último, criado pelo próprio Copeland, reunia as
bactérias, organismos unicelulares que não apresentavam núcleo celular
organizado, ou seja, sem membrana nuclear ou carioteca.
O tempo passou e no ano de 1969, Whittaker
veio a propor os cinco reinos da vida, com a criação do reino mais novo: Fungi.
Os cinco reinos propostos por Whittaker eram: Monera, Protista, Fungi, Plantae
e Animalia. Os indivíduos pertencentes ao agrupamento Fungi foram por muito
tempo tratados como plantas, mas várias características foram verificadas
pertencerem tanto a plantas quanto a animais.
Em 1977, outro pesquisador, C. Woese,
propôs a separação do reino Monera de Copeland em dois grupos Bacteria e
Archaea, essa separação se daria por conta da bioquímica das membranas
celulares que são completamente diferentes, além de Archaea conter seres mais
extremófilos. Posteriormente, um novo nível hierárquico foi proposto acima de
Reinos: os Domínios. Woese definiu que acima dos reinos a vida era dividida em
três domínios: Bacteria, Archaea e Eukarya.
Assim, o Reino Monera não seria mais um
grupo monofilético, sendo separado nos Domínios Bacteria e Archaea; em Eukarya
estariam todos os organismos que apresentam membrana nuclear ou também chamada
de Carioteca.
Houveram, também, algumas proposições para
os taxa internos à Eukarya. Essas
proposições foram organizadas por Fehling, Stoecker & Bauldaf (2007).
E o que temos atualmente?
Hoje se reconhece tanto Reinos quanto
Domínios os níveis hierárquicos mais elevados da classificação dos seres vivos.
Sendo que muitos ainda consideram a ideia dos Cinco Reinos, bem como a de
Domínios, mesmo sabendo que um Reino deixa de ser monofilético.
Dúvidas, Críticas e Sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!
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