Também chamado de Cinturão de
Edgeworth-Kuiper, é uma zona do sistema solar que ocorre desde a órbita de
Netuno (30 UA) a cerca de 50 UA de distância do Sol. UA é uma Unidade
Astronômica que equivale a 149.597.871 quilômetros.
Quem sugeriu essa região foi o astrônomo
Gerard Kuiper em 1951, que argumentava que os cometas de curto período (que
duram menos de 200 anos) seriam originários de uma região próxima à órbita de
Netuno e que essa região seria elíptica no mesmo plano das órbitas dos outros
planetas. Porém, o cinturão só foi oficializado em 1992 pelos pesquisadores
David Jewitt e Jane Luu utilizando o observatório da Universidade Mauna Kea no
Havaí, com a descoberta de vários objetos nessa região.
Desde a descoberta do primeiro objeto
dessa região (chamados de KBO – Kuiper Belt Object) já foram catalogados mais
de 100 mil corpos nessa zona. Ele é semelhante ao cinturão de asteroides, só
que é muito mais largo e massivo.
Os diversos KBO apresentam ampla variação
de tamanho, podendo atingir mais de 1000 Km de diâmetro. Existe um em especial,
Éris, que tem massa maior que a de Plutão, apesar de um volume relativamente
menor. Esses objetos são rochas congeladas contendo metano, amônia e água. A
presença dessa água congelada é uma das evidências que corroboram com a
hipótese de que a água que existe na Terra foi, na verdade, semeada por corpos
celestes que aqui caíram quando da sua formação.
Acredita-se que os objetos eram mais
numerosos no passado, porém, por conta das interações com planetas e outros
KBO, foram sendo lançados para fora do cinturão em diversas direções, tanto
para dentro como para fora do sistema solar.
Os KBO podem ser classificados em i)
Clássicos, aqueles com órbitas mais estáveis com baixa excentricidade orbital;
ii) Plutinos, com ressonância 3:2 com Netuno; e iii) Espalhados, com órbitas
altamente inclinadas e excêntricas.
Foi por conta das diversas descobertas
desses KBO que a International Astronomical Union criasse uma nova definição
para planetas, fazendo com que em 2006, Plutão deixasse de ser considerado um e
passasse a ser apenas um planeta-anão. Plutão, inclusive, é considerado como um
objeto do Cinturão de Kuiper.
Essa estrutura não é única no universo,
estima-se que 15 a 20% das estrelas possuam enormes estruturas como o cinturão
em seus sistemas.
Não se sabe ao certo qual a origem do
cinturão, mas por conta do seu formato hipotetiza-se que seja remanescente da
nebulosa protossolar.
A sonda espacial New Horizons, lançada em
janeiro de 2006 pela NASA, já está no cinturão, em janeiro de 2015 passou por
Plutão e em janeiro de 2019 prepara-se para detalhar através de fotos e outros
tipos de análises a superfície do KBO apelidado de Ultima Thule, pois irá
passar a cerca de 3.000 metros do objeto.
Os pesquisadores visam compreender mais
sobre a formação do universo e do nosso sistema solar, bem como entender
detalhes do cinturão antes que ele desapareça, pois essa é a tendência. Os KBO
estão colidindo entre si e se fragmentando e estima-se que daqui a 100 milhões
de anos o cinturão não exista mais.
Vez ou outra novos objetos tem sido
catalogados para a região como podemos ver nesse vídeo de divulgação científica
do Space Today.
Críticas, dúvidas e sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!
PARA SABER MAIS: