terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Cola na Prova


Vez ou outra, ao passar prova, vejo alguns alunos alongando o pescoço mais do que deveriam e com foco não na sua prova, mas na do colega ao lado. O que penso disso? Quem ganha e quem perde? Quem é o “esperto”? Quem está enganando?
Primeiramente a prova, seja ela discursiva ou objetiva, não é o melhor dos métodos para se avaliar as capacidades cognitivas e de raciocínio dos alunos, mas ainda é, ao meu ver, a melhor forma (ou a menos pior) que temos, tanto que é a mais usada, principalmente em processos seletivos, como vestibulares e concursos públicos.
Certo, ainda que não seja o melhor método, talvez seja o melhor que temos e por isso eu, como professor, avalio meus alunos através de provas.
Porém, sempre há um espertinho que buscando uma boa nota tenta pegar respostas do colega ou mesmo teve todo um processo de preparar material para “auxiliá-lo na hora da prova”. Talvez não seja nem tanto a “esperteza” que o levou a fazer tal ato, mas o desespero e angústia.
Pois bem, o que vejo aí não é um mal que vem diretamente a mim, mas é o próprio aluno que está se enganando. Ao se deixar levar pela cola o aluno perde a oportunidade de testar seus conhecimentos ou mesmo de se colocar em um momento avaliativo pelo qual poderá passar futuramente na sua carreira profissional.
Às vezes, confesso, fico com uma certa raiva e chego a me pegar pensando: - Como assim aquele cara tá colando!? Tá me desrespeitando! Mas daí penso em seguida: - Vale à pena me estressar com isso?
Deixa ele se achar o “esperto”, aquele que consegue passar, mesmo colando, naquela disciplina. Ao final do curso ele conseguiu! Chegou ao que interessava! Chegou ao final!
Será mesmo?
O fim não está na universidade, mas no mercado de trabalho e é de lá que ele vai ser cobrado pelo tipo de aluno que foi durante a sua estadia no Ensino Superior (ou mesmo qualquer nível de ensino) e uma vez fora da universidade ele vai ser avaliado, de modo ainda mais criterioso do que na instituição de ensino, já que agora estará envolvendo um emprego e um salário, consequentemente.
É aí que eu, no meu humilde pensamento, acho que o problema não está em mim para policiar a todos na sala de aula, mas cada um deve avaliar o seu propósito de vida e pensar no que é melhor para si. Colar, passar, formar e não conseguir um bom emprego (pois não tem conteúdo técnico suficiente para conquistar aquela vaga) ou se esforçar, reprovar (por que não?), passar, formar e estar em um bom lugar na sociedade (claro que não existe fórmula pronta pra isso, existe sim um imenso esforço e daí depende de cada um).
Óbvio que não tratei aqui daqueles que estão fazendo um curso que não se interessam e daqueles que tem uma mente empreendedora que darão certo em outro aspecto da sociedade, mesmo não seguindo no ensino formal.
Espero que entendam meu ponto de vista e reflitam, seja você aluno ou professor, pergunte-se: Vale à pena mesmo?
Muito obrigado.
Até!
Dúvidas, críticas e sugestões: lourivaldias@gmail.com

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