Atualmente
é plenamente conhecido o fato de, no passado, as pessoas relacionarem doenças a
aspectos espirituais. Até hoje muitas pessoas são convencidas de que podem ser
curadas através da fé ou de poderes milagrosos manifestados por pessoas “sensitivas”.
Pesquisadores
da Universidade de Copenhagen, liderados por Troels Pank Arbøll,
encontraram o desenho de um demônio em uma placa assíria de 2,7 mil anos que se
encontrava no Museu alemão Berlin’s Vorderasiatisches. A placa foi encontrada
no norte do Iraque já há alguns anos.
O
trabalho foi publicado no periódico Le Journal des Médecines Cunéiformes e
concluiu que o desenho representa o demônio Bennu que para o povo assírio era
responsável por causar a epilepsia.
Arbøll
diz que “Sabemos há muito tempo que os assírios e babilônios consideravam as
doenças como fenômenos causados por deuses, demônios ou bruxaria. Os curadores
eram responsáveis por expulsar essas forças sobrenaturais e os sintomas médicos
que causavam, usando drogas, rituais ou encantamentos”.
Interessante
que o desenho se encontra em uma placa cuneiforme de inscrições médicas,
mostrando o que seria a causa da enfermidade e não o que empregar para a cura
da mesma.
O
demônio representado como uma criatura bípede, com chifres, esguia e com língua
bífida agia, de acordo com a inscrição, em nome do deus lunar Sîn. Para os assírios
epilepsia estava relacionada com loucura e por ser o deus da Lua que, através
da ação de Bennu, infligia tal efeito, os termos lunacy/lunático/loucura derivaram
da palavra latina “luna”.
Interessante
notar a evolução do entendimento popular das enfermidades ao longo das eras e
ver como práticas tal antigas, muitas das vezes são mantidas até os dias de
hoje, mesmo com todo o desenvolvimento da ciência.
Até!
FONTES:
ARBØLL, T. P. 2019, A Newly
Discovered Drawing of a Neo-Assyrian Demon in BAM 202 Connected to
Psychological and Neurological Disorders, JMC 33, pp. 1-31.
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