Quando
falamos em fotossíntese é bem comum vir logo à mente as plantas. Pesquisando
mais um pouco descobrimos que protozoários também podem ter pigmentos e vias
metabólicas responsáveis pelo processo. Porém, não para por aí.
Animais
também podem realizar fotossíntese! Sim, é isso mesmo. Não todos os animais,
evidentemente, mas o que chama atenção é que até um tempo atrás não se esperava
essa capacidade advindo desses seres.
Mas
primeiro o que viria a ser essa fotossíntese. Ela é o processo de transformar
água, gás carbônico, sais minerais e luz solar em glicose (alimento). Esta
substância entra em outras vias metabólicas para a obtenção de energia. A
fotossíntese só é realizada na presença de um pigmento, no caso clorofila que
fica alojada nos cloroplastos.
Já
são conhecidos uma lesma, pulgões e uma salamandra (possivelmente) que realizam
o processo.
A
lesma Elysa chlorotica possui clorofila em suas células. Esse molusco
foi o primeiro animal em que o processo de fotossíntese foi descoberto. Mas a
capacidade fotossintética não é original do próprio animal, ele adquire essa
capacidade após realizar a cleptoplastia das algas marinhas Vaucheria
litorea, ou seja, eles roubam seus cloroplastos. Apesar de espantoso essa
descoberta se deu em 1870 por Augustus Addison Gould, mas somente relatado em
2010 por Sydney Pierce.
Elysa chlorotica |
O
pulgão Pisum acyrthosiphon é uma praga de diversas leguminosas e que
possui um sistema de fotossíntese. Ao invés da luz ser absorvida pela
clorofila, nesses insetos os fótons são absorvidos por carotenoides, pigmentos
que apresentam outras funções primárias. Esses pulgões, através dessa
maquinaria metabólica produzem muito mais ATP, quando em presença de luz, em
relação a outros que possuem poucos carotenoides.
Pisum acyrthosiphon |
Outro
animal com certa capacidade de fazer fotossíntese é a salamandra Ambystoma
maculatum que possui, em algumas células, algas fotossintéticas. Foi Ryan
Kerney que revelou a simbiose existente entre as células da salamandra e a da alga
Oophila amblystomatis. Essa relação ocorre desde a fase embrionária da
salamandra. As algas “contaminam” a próxima geração de animais por estarem
presentes no aparelho reprodutor das fêmeas. Esse é o primeiro caso de simbiose
em que um organismo fotossintético vive dentro de uma célula de vertebrado.
Ambystoma maculatum |
Apesar
da estranheza desses peculiares animais que têm a capacidade de fazer, mesmo
que não necessariamente do mesmo modo que as plantas, fotossíntese, é de uma
beleza inenarrável se deparar com essas possibilidades da bela natureza.
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