sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Lao-Tsé

Uma nova classe social surgiu na China do século VI a. C. com o surgimento de uma guerra interna quando o governo da dinastia Chou caiu. Surgiram, então, administradores e magistrados, que seriam encarregados de governa melhor o país. As ideias produzidas por essa classe social ficaram conhecidas como as Cem Escolas de Pensamento, que surgiu concomitantemente com a filosofia da Grécia.
Porém essas ideias diferiam em seu cerne. A escola chinesa estava preocupada com ética e moral, já a grega com a natureza do universo.
É nesse turbilhão de ideias que surge Lao-Tsé (ou Lao Zi, Lao-Tze, Lao-Tzu entre outros nomes), seu livro Tao Te Ching (O livro do caminho da virtude) foi uma das ideias mais importantes daquele período. O pensamento central da obra era propor uma teoria de governo justo baseado na virtude (Te) que poderia ser encontrado seguindo o caminho (Tao). Essa é a base da filosofia (e religião) do Taoísmo.
Os chineses antigamente viam o mundo não com um começo e fim, mas como um ciclo que se movia de maneira contínua – noite-dia; inverno-verão – os diferentes estados não eram opostos, mas continuações, cada um surgindo de seu predecessor.
Para Lao-Tsé, em seu Tao Te Ching, existiriam 10 mil manifestações que formam o mundo que poderiam ser atingidas ao se seguir o Tao, o ser humano é uma dessas manifestações, e é por causa do livre arbítrio que ele pode se desviar do Caminho e então perturbar o ciclo harmonioso do mundo.
Lao-Tsé pregava a vida pela “não ação”, ou seja, seguir a vida agindo de acordo com a natureza que é espontânea e intuitiva. A “não ação” viria da meditação solitária; de uma vida em paz, simplicidade e tranquilidade; buscando não agir por impulso; e da harmonia com a natureza.
Sobre a vida desse pensador quase nada se sabe. Dizem que ele pode nem mesmo ter existido e o livro seria um compilado de ideias de vários autores. O que se sabe é que havia um erudito nascido no estado de Chu, no século VI a. C., de nome Li Er ou Lao Tan que ficaria conhecido como Lao-Tsé (ou Velho Mestre), ele seria um arquivista da corte do império Chou e que até mesmo Confúcio (resenha de livro e a vida e obra desse pensador vem por aí) o teria consultado.
Alguns de seus pensamentos mais famosos:
"Quando a bondade é perdida, é substituída pela moralidade."
"Sem trevas não pode haver luz."
"A utilidade duma panela vem do seu vazio."
"A melhor gente é como a água, a qual beneficia todas as coisas e não compete com elas. Mantém-se em lugares humildes que outros rejeitam. É por isso que é tão similar ao Caminho."
"Quando a gente acha algumas cousas bonitas, outras cousas tornam-se feias. Quando as pessoas vêem algumas cousas como boas, outras tornam-se más."
"Tenta mudá-lo e estragá-lo-ás. Tenta mantê-lo e irás perdê-lo."
"Aqueles que sabem, ficam calados. Aqueles que falam, não sabem."
"Quando tu reparas que nada falta, todo o mundo te pertence."
"A natureza não se apressa, dado que tudo é realizado."
"Um bom viajante não tem planos fixos e não está determinado a chegar."
"A música na alma pode ser ouvida pelo universo."
"Uma viagem de mil milhas começa nos seus pés."
"Quanta mais leis e regulações tenham importância, mais ladrões e bandidos haverá."
           
            Lao-Tsé é dito como o fundador do Taoísmo, ao menos o “primitivo”, que teve grande influência de seu Tao Te Ching, algumas seitas do Taoísmo colocam Lao-Tsé no topo do seu panteão divino. O primeiro templo dessa religião (ou filosofia) foi construído onde dizem ter sido o local onde o sábio fora visto pela última vez antes de seguir para o oeste.


Dúvidas, críticas e sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!

FONTES:
O Livro da Filosofia. 2011. Globo Livros.

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