A Espectroscopia Atômica iniciou quando
Joannes M. Marci (1648) passou a observar a origem do arco-íris com base no
espalhamento da luz solar nas gotículas de água da atmosfera. Em 1666, Isaac
Newton verificou que a luz branca (luz solar) era composta por uma série de
outras luzes as quais variavam de cor quando aquela atravessava um prisma, ele
cunhou o termo “espectrum” para a imagem formada. Scheele (1777) demonstrou que
havia uma radiação não visível capaz de mudar o AgCl de branco para púrpura,
assim haviam radiações que não formavam imagens visíveis. O inglês William
Herschel (1800) e o alemão Johann W. Ritter junto com William H. Wollaston
(1801) descobriram, respectivamente, a região do infravermelho e a do
ultravioleta usando medidas de temperatura. E assim, mais regiões não visíveis
eram adicionadas ao espectro, hoje sabemos que apenas uma região muito estreita
de todo o espectro é visível. William Hyde Wollaston, cientista inglês, em 1802
foi o primeiro a observar linhas pretas no espectrum do sol através de um
espectroscópio; Joseph von Frauenhofer (1814) foi que fez um estudo detalhado
dessas linhas pretas no espectrum solar identificando cada uma dessas linhas
(de “A” até “H”). No ano de 1826, Seebach criou o primeiro sensor usado na
espectroscopia (a termocupla), ainda nesse ano William Henry Fox Talbot
observou que diferentes sais produziam cores diferentes quando colocados em uma
chamada. Um sistema fotográfico para registrar o espectro do sol e o projetado
em uma folha de papel com AgCl foi desenvolvido em 1842 por Becquerel. Em 1859,
Robert W. Bunsen e Gustav P. Kirchhoff criaram um espectroscópio que
possibilitava verificar as linhas de emissão de elementos químicos quando
excitados em uma chama não luminosa (queimador de Bunsen), os pesquisadores
verificaram que as linhas espectrais eram únicas para cada elemento e ainda,
com o auxílio do aparelho, descobriram dois novos elementos químicos, o césio e
o rubídio. A partir daí muitos pesquisadores passaram a trabalhar na área da
espectroscopia, a técnica ainda passou a ser muito usada na determinação de
metais, principalmente na indústria metalúrgica (Amorin et al., 2008). Stokes
(1862) descobriu a transparência do quartzo na região do ultravioleta e com o
auxílio de uma tela fluorescente de urânio-fosfato observar espectros de arco e
faísca de numerosos metais. Anders Jonas Angström (1868) usou prismas e redes
de difração feitos de vidro para o estudo do espectro. Hartley (1884) aplicou a
espectrografia à análise quantitativa. Rowland (1884) inventou a rede côncava
comparando comprimentos de onda de forma mais exata usando o método da
coincidência. Johann J. Balmer (1885) mostrou que o comprimento de onda das
linhas espectrais visíveis do hidrogênio poderiam ser representadas por uma
fórmula matemática simples. Estas linhas são atualmente conhecidas como séries
de Balmer do hidrogênio. Em 1887, Rowland apresentou o mapa espectral solar e
tabelas contendo as linhas do espectro de vários elementos aquecidos por
descarga de arco voltaico. Johannes Rydberg (1888) generalizou a fórmula de
Balmer e percebeu que as linhas do espectro de muitos elementos poderiam ser
ajustadas por uma fórmula simples estabelecendo um valor constante (R) que
serve para todas as linhas dos diferentes elementos. Em 1889, Ebert (e em 1892,
Paschen e Runge) dedicaram-se ao desenho de espectrógrafos para medição de
linhas espectrais. Michelson (1892), e depois em 1900, Fabry e Perot,
fabricaram o interferômero, instrumento sensível usado para comparar dois
comprimentos de onda. Pieter Zeeman (1896) descobriu o desdobramento das linhas
espectrais usando um campo magnético. Com as descobertas de Rutherford sobre os
constituintes do átomo, o modelo de Bohr e a ideia do quantum iniciada por
Planck (1900) permitiram explicar a produção de espectros de linhas; já as
formas e desdobramento das linhas foram permitidas pelas formulações da
mecânica quântica (Schröndinger e Heinsenberg). Lundergardh (1930) desenvolveu
um fotômetro de chama para emissão atômica, usando chama de combustão e
detecção com tubo fotomultiplicador. Em 1954, Alan Walsh propôs uma técnica de
análise para determinação de metais, a espectrometria de absorção atômica em
chama (FAAS – Flame Atomic Absorption
Spectrometry). Essa técnica só passou a ser aceita a partir de 1960, porém
dois anos após o trabalho de Walsh, Boris L’vov propôs um espectrômetro de
absorção atômica que utilizava um forno de grafite como atomizador
eletrotérmico (GFAAS – Graphite Furnace
Atomic Absorption Spectrometry) reduzindo os limites de detecção. Por conta
de vários problemas técnicos Walsh utilizou como fonte de radiação para a FAAS tubos
de descarga de catodo oco (HCL – Hollow
Cathode Lamps), desenvolvidos inicialmente por Paschen (1916), porém de
forma bastante instável e com dificuldades de operação, e depois por Schüler em
1926. As HCLs dispensaram o uso de monocromadores de alta resolução. Em 1964,
Greenfield e Fassel propuseram o uso do plasma como fonte de excitação atômica.
A partir daí vários avanços se seguiram no campo da Espectroscopia Atômica.
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