Vez ou outra, ao passar prova, vejo alguns
alunos alongando o pescoço mais do que deveriam e com foco não na sua prova,
mas na do colega ao lado. O que penso disso? Quem ganha e quem perde? Quem é o
“esperto”? Quem está enganando?
Primeiramente a prova, seja ela discursiva
ou objetiva, não é o melhor dos métodos para se avaliar as capacidades
cognitivas e de raciocínio dos alunos, mas ainda é, ao meu ver, a melhor forma
(ou a menos pior) que temos, tanto que é a mais usada, principalmente em
processos seletivos, como vestibulares e concursos públicos.
Certo, ainda que não seja o melhor método,
talvez seja o melhor que temos e por isso eu, como professor, avalio meus
alunos através de provas.
Porém, sempre há um espertinho que buscando
uma boa nota tenta pegar respostas do colega ou mesmo teve todo um processo de
preparar material para “auxiliá-lo na hora da prova”. Talvez não seja nem tanto
a “esperteza” que o levou a fazer tal ato, mas o desespero e angústia.
Pois bem, o que vejo aí não é um mal que
vem diretamente a mim, mas é o próprio aluno que está se enganando. Ao se
deixar levar pela cola o aluno perde a oportunidade de testar seus
conhecimentos ou mesmo de se colocar em um momento avaliativo pelo qual poderá
passar futuramente na sua carreira profissional.
Às vezes, confesso, fico com uma certa
raiva e chego a me pegar pensando: - Como assim aquele cara tá colando!? Tá me
desrespeitando! Mas daí penso em seguida: - Vale à pena me estressar com isso?
Deixa ele se achar o “esperto”, aquele que
consegue passar, mesmo colando, naquela disciplina. Ao final do curso ele
conseguiu! Chegou ao que interessava! Chegou ao final!
Será mesmo?
O fim não está na universidade, mas no
mercado de trabalho e é de lá que ele vai ser cobrado pelo tipo de aluno que
foi durante a sua estadia no Ensino Superior (ou mesmo qualquer nível de
ensino) e uma vez fora da universidade ele vai ser avaliado, de modo ainda mais
criterioso do que na instituição de ensino, já que agora estará envolvendo um
emprego e um salário, consequentemente.
É aí que eu, no meu humilde pensamento,
acho que o problema não está em mim para policiar a todos na sala de aula, mas
cada um deve avaliar o seu propósito de vida e pensar no que é melhor para si.
Colar, passar, formar e não conseguir um bom emprego (pois não tem conteúdo
técnico suficiente para conquistar aquela vaga) ou se esforçar, reprovar (por
que não?), passar, formar e estar em um bom lugar na sociedade (claro que não
existe fórmula pronta pra isso, existe sim um imenso esforço e daí depende de
cada um).
Óbvio que não tratei aqui daqueles que
estão fazendo um curso que não se interessam e daqueles que tem uma mente
empreendedora que darão certo em outro aspecto da sociedade, mesmo não seguindo
no ensino formal.
Espero que entendam meu ponto de vista e
reflitam, seja você aluno ou professor, pergunte-se: Vale à pena mesmo?
Muito obrigado.
Até!
Dúvidas, críticas e sugestões: lourivaldias@gmail.com
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