E o Prêmio Nobel de 2018 de Medicina foram
para dois pesquisadores que revolucionaram o modo de combate ao câncer ao
utilizar a própria maquinaria de defesa do corpo humano contra as células
cancerígenas.
O americano James P. Allison, da
Universidade do Texas, estudou a proteína CTLA-4 e o japonês Tasuko Honjo, da
Universidade de Kyoto, outra proteína, a PD-1, que são produzidas pelo nosso
organismo e regulam a ação dos linfócitos T, os quais são as principais células
imunológicas que atuam contra invasores.
A partir das descobertas dos pesquisadores
já foram desenvolvidos três remédios contra o câncer (essa pesquisa premiada
não é recente, o primeiro medicamento liberado data de 2011): o Ipilimumabe
(Yervoy), o Nivolumabe (Opdivo) e Pembrolizumabe (Keytruda).
O tratamento consiste em impedir que as
moléculas liberadas pelas células cancerígenas se liguem aos linfócitos T,
aquelas moléculas se ligam exatamente nas duas proteínas estudadas pelos
pesquisadores, CTLA-4 e a PD-1, as quais funcionariam como um freio para a ação
dos linfócitos. Assim, se as duas proteínas fossem desligadas (através das
drogas produzidas para esse fim) as células de defesa voltariam a reconhecer e
destruir o tumor.
Infelizmente os imunoterápicos não
funcionam para todos os tipos de pacientes, depende do tipo de tumor (apesar de
terem uma boa ação sobre vários tipos de câncer), em algumas pessoas o uso dos
medicamentos por alguns meses já apresenta uma melhora significativa no quadro,
enquanto em outras pessoas, que fazem uso a anos, não chegam a fazer efeito.
Estimativas indicam que cerca de 100.000
pessoas já teriam se beneficiado da imunoterapia no mundo todo. Infelizmente no
Brasil o SUS ainda não oferece o tratamento e os planos de saúde que o oferecem
cobram cerca de R$50.000,00 por mês para a manutenção do tratamento!
Ganha-se mais um procedimento para
combater o câncer (os outros procedimentos estão a cirurgia, radioterapia e a
quimioterapia), mas por estar muito incipiente demorará para estar disponível,
de modo mais acessível, para a população em geral. Esperemos que esse dia
chegue logo.
Críticas, dúvidas e sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!
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