Há muito se estuda a enigmática biota de
Ediacara (período compreendido entre 571 e 541 milhões de anos), onde ocorrem
os primeiros organismos complexos que se tem notícia. Os pesquisadores
argumentam que esse registro contêm a chave para entender a origem dos animais.
Em um trabalho publicado na Science por
Bobrovskiy et al. (2018) analisaram os fragmentos de colesterol encontrados no
fóssil de uma incomum forma de organismo oval encontrado na Rússia.
A princípio o fóssil foi identificado como
pertencente ao gênero Dickinsonia,
organismo de um metro que viveu há 558 milhões de anos no já citado período de
Ediacara. Não se sabe ao certo o que Dickinsonia
era, os pesquisadores argumentavam que era provavelmente um fungo ou uma ameba
gigante.
Porém, com as análises de Bobrovskiy et
al. (2018) concluíram que na verdade aquele fóssil encontrado na Rússia era de
outra espécie, mas do gênero Dickinsonia,
que viveu há muito mais tempo do que se achava, além disso haviam marcadores
químicos que mostravam alguma relação com fungos.
Brocks, um dos pesquisadores do artigo,
disse que “as moléculas de gordura fóssil provam que estes animais eram grandes
e abundantes há milhões de anos antes do que se pensava” e essa tal gordura
fóssil “confirma Dickinsonia como o
mais antigo fóssil de animal já conhecido, resolvendo um mistério de décadas
que tem sido o Santo Graal da paleontologia”.
Os pesquisadores corroboraram a ideia de
que a biota de Ediacara pode ter sido a precursora da explosão de formas de
vida animais observadas no Cambriano (500 milhões de anos atrás).
Um
achado interessante para o conhecimento científico da evolução, paleontologia e
para a ciência em geral.
Críticas e sugestões: lourivaldias@gmail.com
Até!
BIBLIOGRAFIA:
BOBROVSKIY,
I.; HOPE, J. M.; IVANTSOV, A. NETTERSHEIM, B. J.; HALLMANN, C. & BROCKS, J.
J. 2018. Ancient steroids establish the Ediacaran fossil Dickinsonia as one of
the earliest animals. Science 361:
1246-1249.
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