É
comum ouvir por aí frases do tipo: “o ser humano é mais evoluído que um rato”;
“vertebrados são mais evoluídos que invertebrados”; “seres unicelulares são
menos evoluídos que os pluricelulares”. Mal sabem os seus divulgadores que isto
não passa de uma falácia.
Podemos
fazer essa ideia cair por terra quando aplicamos o senso crítico de considerar:
“Se peixes são menos evoluídos que
mamíferos, por que ainda existem peixes?”
É
porque não existe algo mais evoluído que outro. Nenhuma espécie é mais evoluída
que outra.
Até
entendo o que essas pessoas querem dizer, mas quando tornam a ideia acima
pública acabam por estar bastante erradas.
Os
temos “mais evoluído” e “menos evoluído” deveriam ser substituídos por
“derivado” e “basal”. Pronto, resolvido o problema.
Quando
falamos que um determinado táxon X é basal em relação a outro Y queremos dizer
que ele (X) se originou um processo cladogenético anterior, ou que,
simplesmente, o seu surgimento foi anterior, mas isso não quer dizer que o
mesmo (X) desapareceu ao longo da história evolutiva, ele pode ser
contemporâneo à espécie Y.
Reparem
nos cladogramas abaixo (São duas representações para a mesma relação evolutiva).
O
táxon C é mais basal que o táxon B, mas ainda assim eles existem no mesmo tempo
e, porventura, no mesmo espaço.
Já
quando falamos que um grupo é mais derivado queremos dizer que o seu surgimento
se deu posteriormente. Ele é derivado por ter acumulado mais alterações
filogenéticas. É como se a sua linhagem tivesse “juntado” ao longo do tempo
várias sinapomorfias.
Considerando
o mesmo cladograma acima vemos que B ou A são mais derivados em relação a C.
Essa
é a grande questão. Não se esqueça: não existe um táxon mais ou menos evoluído
que outro, sempre procure usar os termos corretos “basal” e “derivado”.
Dúvidas
e Sugestões: lourivaldias@gmail.com
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